sexta-feira, 28 de maio de 2010



MEU DESPRAZER


Hoje, ver-te, é quase morrer
Entristece-me, me afunda
Em mar de desprazer

Tortuosa é a lembrança do teu olhar
Impregna-me, me inunda
Dos sonhos que vivi lá...

No teu abraço, que feito laço
O meu corpo inteiro esteve a enlaçar
No nosso pequeno, quente espaço
Onde nossa canção esteve sempre a tocar

Onde inundada de prazer
Eu descobri o que era mesmo, amar...
Hoje, a lembrança se faz doer
E me afoga neste mar...

 
Viviane Ramos


quarta-feira, 12 de maio de 2010



EIS O PREÇO

Dedilho versos mentirosos
Que fingem uma paz que desconheço
Recolho pedaços dos sonhos nossos
Sempre sorrindo, eis o preço

Verso, a ti me entrego
Em total desespero
Meu amigo, meu verso
Alivio ao meu peito

Calo em ti meus gritos tantos
Jorro em ti meu pranto
Socorre-me verso meu,

Já se encharcaram os mantos
Silenciou-se o canto
Olhos perguntam, quem morreu?

E tortuosamente me deixo divagar
Por sonhos tantos que juntos tivemos
Que agora seguem distantes
Onde em silêncio, permanecemos

Calados ante a tudo
Aos medos e anseios
Que já nos são de costume

Vivemos nosso mundo
De acomodados apelos
Que não servem nem de estrume!

Queria gritar o que sinto
O peito explode, mas minto
Sigo farsante ante a mim mesma
Por fim suplico
Lancem-me a cadeia
Já estou presa!


Viviane Ramos