EIS O PREÇO
Dedilho versos mentirosos
Que fingem uma paz que desconheço
Recolho pedaços dos sonhos nossos
Sempre sorrindo, eis o preço
Verso, a ti me entrego
Em total desespero
Meu amigo, meu verso
Alivio ao meu peito
Calo em ti meus gritos tantos
Jorro em ti meu pranto
Socorre-me verso meu,
Já se encharcaram os mantos
Silenciou-se o canto
Olhos perguntam, quem morreu?
E tortuosamente me deixo divagar
Por sonhos tantos que juntos tivemos
Que agora seguem distantes
Onde em silêncio, permanecemos
Calados ante a tudo
Aos medos e anseios
Que já nos são de costume
Vivemos nosso mundo
De acomodados apelos
Que não servem nem de estrume!
Queria gritar o que sinto
O peito explode, mas minto
Sigo farsante ante a mim mesma
Por fim suplico
Lancem-me a cadeia
Já estou presa!
Viviane Ramos
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