DORES
DO TUDO
Eu
sempre julguei que eu,
Era a
única pessoa no mundo
Existindo
tão cheia de pesar,
Que
sofria por conta de tudo
Que só
eu era a estranha
Que vivia
pelos cantos, a cantarolar
Versos
de uma canção antiga,
Tão
sofrida, que me faziam chorar
E eu,
ainda era tão menina
Quando
piamente cria
Que
tudo era essa dor tão doida
Que
nunca iria cessar.
E como
eu, a achava estranha
Quando
de fora, a via passar pela rua
Venerando
uma dor tão tamanha
Olhando
estrelas, contando luas
Perdida
em meio a tantos livros
De
amores que contavam histórias,
Ao seu
pequeno coração aflito
Que já
as tinha na memória
E como
o conhecido eu, sofria
Tamanha,
agigantada contrição
Rasgava-
me o peito, não cabia
Fazia
sangrar por medo, a imaginação
Pensava,
questionava
E
chorava por tudo e com tudo!
Por
suas dores, lamentava
Dilacerava-a,
as do mundo!
E
escrevia tantas, velhas páginas
Amareladas,
molhadas pelo mocinho
Que
sempre morria e me levava consigo
Afogada,
por minhas próprias lágrimas
Mas
era só um filme
E eu
sempre retornava ali
Aonde
residia a dor
Que por
inteligência, define
Que há
sobrevivência
Ante a
tamanho pendor
E eu
estava ali, e ainda estou
Tão
perdida dentro de mim mesma
Reunindo
os cacos do que sobrou
Revolvendo
a devida dor alheia
Retornando
ao canto da minha vida
O
mesmo tom ditando um novo eu
Ainda
tão sozinha, tão perdida
Em um
planeta que não era meu,
Era o
teu!
Menino
estranho e perdido
Que
carrega no peito e consigo
As
mesmas, minha dores,
De
amores ... Do mundo!
E
saber da tua existência
Traz a
mim, à consciência
O
último fiasco de esperança
De que
o peso já não me seria tanto
Conveniente,
complacente e oriundo
Se
enfim, eu repartisse na balança
As dores,
as minhas, as do tudo!
Viviane
Ramos
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