MEU RIO
Meu amor é rio
Insensato e
arredio.
Afluente de
outros tantos...
Dos meus prantos.
Meu amor era
previsto,
Datado, marcado e
preciso
Pela geologia das
tuas montanhas,
Pela resistência
do tronco... Tuas façanhas.
Ah! Meu amor é o
suspiro,
Infantil,
impensado, incontido.
É um abrir-se
imprudente
De quem anseia
tudo e nada pretende.
Meu amor é
delírio
Embriaguez de um
sonho vazio
Com a postura de
quem se derrama.
Meu amor,
Será um amor
vadio?
Um deleitado
momento de cama...
O ardor do que me
foi proibido,
O Almejado lábaro
inaudito,
Rendição de todo
meu eu.
Por tudo que foi
dito,
De tudo, meu amor
é rio.
Que segue sempre
ao abraço teu.