domingo, 28 de março de 2010


DOENTIO PRAZER


A estas horas o corpo flameja,
Penso em você
Ardo nesta tortuosa incerteza
De não o ter
E me largo em saborosas impurezas
Meu doce, doentio prazer

Divago, então perdida
Divagações tão minhas, atrevidas!
Provocam-me a um novo querer
Onde adentro embebida
Totalmente desnuda e lasciva
E me deixo arder...

Largo o corpo na cama vazia
Entrego-o a mão arredia
E só assim
Tenho você!


 
Viviane Ramos



segunda-feira, 15 de março de 2010


SONHO FINDO


Perdoa-me, devo ir
É chegada a hora de partir
É o fim, o sonho findou
Agora acordada, sigo e me vou...


Para longe dos teus olhos
Onde não vejas minha dor
Onde não te doam meus desgostos
Para que acredites que não fora amor

E não fora então!
Não como o deveria ser
Fora apenas ardente paixão
Porque assim nos cabia arder

Queimamos... restaram as cinzas
As sopro... voam... neblina
A embaçar os olhos, ou são lágrimas?
Gotas cristalinas que molham estas páginas


Onde escrevo o nosso fim
E verso a dizer-te adeus
Este é o ensejo, que seja assim
Vou-me... sem olhar nos olhos teus.


 
Viviane Ramos


sábado, 13 de março de 2010


UM CERTO AMOR


Olhar-te desfaz todas as minhas defesas
Vislumbro-me, sirvo-me à mesa
Dos teus desejos tantos
Das tuas masculinidades em ardentes tamanhos

Olhar-te faz de mim tua presa
Oferecidamente indefesa
Ansiando a ser devorada
Por tua fome nunca saciada

Me prendes, me aperta... me rendes
Dou-te, me doou, te surpreendes
Não resisto, me entrego, não minto
Revelo-te... e sinto

Por isto, me faz tua em candura
Em plena, insaciável loucura
Doma-me, fêmea antes indomável
Sacia o desejo, não saciável

Adentra sob os entremeios da insanidade
Promíscua certeza de uma verdade
Que mesmo rasgando-me em dor
É certo... é amor!



Viviane Ramos

quinta-feira, 11 de março de 2010


O AMOR DA MINHA VIDA



Desesperadamente anseio estar contigo
Ouvir tua respiração à aguçar o sentido
O sentido que é o sexto, desmedido
Onde vejo alcance, para o proibido



Tento conter os olhos
Não olhar, para não ver os fogos
Que explodem dentro do meu peito

Só em sentir tua presença,
Comigo, ali, no nada, no fim do mundo
Neste dia você foi o meu tudo.



Eu fingi, tentei disfarçar
Mas o desejo inundava meu corpo,
Anseio louco de te tocar
No importuno ensejo
No qual o anseio, é amar.



Quero fugir, temo ser tarde
Temo que meu mundinho rosa desabe
E as águas do teu mar o inunde
E que eu me afunde
No amar... nosso mar...



Me ame então,
Nem que seja na letra desta poesia
Que seja meu, teu coração
Mesmo que não seja o teu dia.



Seja meu, nem que seja uma mentira
E mesmo a distância
Seja o amor
Da minha vida!


 Viviane Ramos





domingo, 7 de março de 2010



MINHA MEDIDA


Retomei o meu domínio
Galgo os passos do meu dia
Hoje sou meu próprio abrigo
A lágrima não inunda minha vida

Determinada, sigo avante
Sem tornar ao ponto de partida
Mantenho a falsa paz constante
Sem me deixar estar combalida

Aprendi as regras do jogo sujo
Já não me importa a medida
Do sangue que é o custo
Para recriar-me, destemida

Recrio-me do sangue inocente, meu!
Retiro entranhas pela ferida
Mas a dor quem me causa, sou eu
E não mais tua mão erguida.


Viviane Ramos

quinta-feira, 4 de março de 2010



Me Basta


Basta-me pensar em você
E o mundo inteiro vibra
Toda luz se faz acender
E todo som me inebria.

Basta-me pensar em você
Que em minha alma, alegria!
Como um sonho a me envolver
Banhado em loucura que contagia!

Ah... Basta-me pensar em você
Que a razão então se rende
E oferta de bandeja

O corpo que se acende
A carne que lateja
E o desejo que surpreende

E rasga meu pudor em pedaços
Deixando a face em rubor
Marcando o som dos passos
Até encontrá-lo, amor!

 
Viviane Ramos

terça-feira, 2 de março de 2010


ELE NÃO VEIO


De longe eu observava
A bela moça a esperar
Seu coração titubeava
Esperando ele chegar

As emoções lhe afloram na face
Fazendo-a ruborizar
Tantos sentimentos em embate
Com a razão a gritar

Ela olhava a multidão
Buscando o rosto do amado
Quase pude ouvir o anseio do seu coração
Que batia tão apertado

Mais ele não veio
E a moça não mais esperou
Recolheu seu coração partido ao meio
E seu semblante então, cerrou

Ele não veio
E a ilusão em pedaços se abriu
Ele não veio
E então a lágrima caiu!


Viviane Ramos