terça-feira, 29 de dezembro de 2009





MEU CORPO TEU TEMPLO



Desnudo a tensa pele
A entrego ao impróprio que repele
E repuxa... lateja a pele nua.


Embebo-te na seiva imaculada
Há muito não explorada
Quase pura, e toda tua.


Deleita-te neste cálice sagrado
Marca o selo do teu pecado
E rouba toda a candura.


Enterra o tesouro prometido
E jaz a alma no proíbido
Alma nua, toda candura...
Templo perdido...



Viviane Ramos

segunda-feira, 30 de novembro de 2009



CASTIDADE


Sempre foste a menina perfeita e casta
Contida, o desejo mascarava
O desejo do corpo... da alma
Desejos tantos, calava!

Sempre tão menina
Sempre tão perfeita
Sempre casta!
Na alma imperfeita
Mulher profana, devassa...

Tão cheia de desejos
No silêncio de teus sonhos eróticos
Na silente promícuidade de teus apelos,
Anseios lascivos de um “que” mais exótico.

Menina de aparência casta
Eu diria que és tão tola
Segues fingindo ser recatada
Mas tua alma não te perdoa

Teu olhar não negas
Quem realmente tu és
E se o pecado que tanto renegas
For o que realmente queres?

Por que negar-te a liberdade do beijo
Que docemente, te é ofertado
Por que o objeto do teu desejo
Está preso a um elo sagrado?

Acaso também não és
Acaso também não sofres
Pelo ensejo que não te convém
Mas que hoje te envolve...

Ah! E revolve...
Lascivamente promíscuo
Te embebe, depois te sorve
Neste beijo aflito

Tão... tão perdido
Em pecado e lassidão
Mas tão, tão sofrido
Que até o inferno, lhe dará perdão!

Viviane Ramos

sábado, 7 de novembro de 2009



Vermelho Sangue


Busquei-te em meio a fúria
Do meu desejo largo
Que espaça na mente alargando
Os instintos meus, quase devassos

Alarguei a boca a esperar o beijo
Devassei os sonhos, soltei os cabelos
E larguei os desejos sobre a cama
Em lençol de linho branco, manchado
De vermelho sangue, marcado...

Vermelho de sangue, da pureza indecente
Que te ofertei, imprudente
Num largar de pernas

E bastou um instante
Para que um alagar de sangue
Tomasse conta de mim
Esvaindo consigo a vida
Que eu levava antes de ti...

Largados sonhos...
Largados planos
Por alargados desejos
Lençol alagado, vermelho...
Me perdi.


Viviane Ramos

sábado, 17 de outubro de 2009




”Feminilidade em Verso”

E seu verso ganhou voz
A folha branca ganhou tom rosa
E um desejo quase atroz
De fazer a vida prosa

Sentiu no verso a força de viver
E lançou toda sua poesia no ar
E as folhas navegaram até você
Que hoje compartilha do meu versar

A menina sentiu-se florescer
Em poesia se pôs a transladar
Seus desejos, anseios... apelos
Seu desespero por amar

Amar a si, mais que aos outros
Traçar seu caminho em firmes passos
Livrar-se de todos os seus desgostos
No verso descobrir novo compasso

Então a leda menina poeta
Foi beijada pela “Fada de Luz”
Rasgou a roupa de santa, de certa
E lançou ao que amor lhe conduz

Amor que nada tem haver com beijos
Amor que por si se faz verdade
E ao transladar estes desejos
Descobriu-se nos entremeios de sua Feminilidade

E sepultada a poeta sucumbida
Não houve mais lamentação
E sua voz ecoou em poesia
Dizendo em versos o que a mulher cala no coração!

Viviane Ramos

quinta-feira, 15 de outubro de 2009



A Beleza da Mudança

O tempo já desenha
Em meu rosto sua passagem
Divago na expressão destas linhas
Que formam minha paisagem

Já não tão bela
Mas ainda tão minha
E toda a minha história se revela
Por cada uma destas linhas.

Quem fui deixa sua marca na face
Mas ainda não sei quem sou
Mas sei que não me cabe
Querer retornar ao que passou

Passou... não volta mais
Mas há muito em meu por vir
E mesmo que a velhice me seja algoz
A face enrugada ainda pode sorrir.

Foi-se a firmeza dos seios
Perdeu-se a perfeição das curvas
E acaso não devo ter mais desejos?
Ou devo escondê-los nos vincos de minhas rugas?

Por acaso não serei eu
Quando a face estiver enrugada?
Não serei mais eu
Quando a visão estiver turvada?

Sou infinitamente muito mais
Do que os olhos podem ver
Não sou somente a carne
Que há de apodrecer

Ainda assim...
Sou a essência da luz
Que nunca deixei de ser.


Viviane Ramos
.



quarta-feira, 7 de outubro de 2009






O Horizonte em Minha Janela

Da janela vejo meu horizonte
Meu... e eu nunca o atravessei
Pois antes dele há um monte
O qual nunca escalei.

Eu sei... bem sei
Há tanto depois dele
Mas o medo vem antes (pensei)
E me arrepia a pele

Mas um dia, hei...
De atravessar meu horizonte
Eu sei... eu sei...

Viviane Ramos





domingo, 4 de outubro de 2009




Um Pouco Mais...


Amanhece o dia
Tu olhas o céu e dizes:
Só um pouco mais...

Ficas parada
Esperando que do céu caia
Algo que te traga paz

Mas teu fardo é pesado
Pesado demais.
E tu ainda olhas para o céu e dizes:
Só um pouco mais?


Viviane Ramos
.

sábado, 3 de outubro de 2009



Tua Cura

Cuspiu a fúria
Nadou na loucura
Estagnou na procura

Da perfeição em formosura
Detalhando a estatura
E a languidez da brancura

Perdeu a candura
Da negra baixura
Tua possível cura.

Viviane Ramos

quinta-feira, 10 de setembro de 2009






NO ESCURO

Vi muita coisa em meu escuro
Perfeito lugar de depuro
Onde pra você eu me apuro

Li muita coisa em enleio
Configurei-te em esteio
Tirei o pé de meu freio

Aticei a minha fúria
Reservei-te a minha cúia
Farta ceia! Aleluia!

Rasguei a roupa de santa
Deite-me sobre a manta
Cedi ao prazer que canta

Canção de tantos ais
Ecoando pelo cais
Clamando mais... mais.

Anorkinda Neide e Viviane Ramos

quarta-feira, 26 de agosto de 2009




A Dor de uma Saudade

Amigo do verso
do terço
que rezo
e me perco

Amigo querido
distante
não o bastante
para pulsar ainda
tua ausência finda

Amigo de copo
desgosto
afoito
de coito

Amigo terno
disperso
no vazio
que veio
e se foi

Amigo eterno
a quem não espero
mas lembro
choro e sinto
e minto
para não doer
esquecer
que foste
amigo.

Viviane Ramos

quarta-feira, 19 de agosto de 2009




Consuma-me...

Olhe...
Sou buraco negro e quente.
Prove...
Do meu sabor ardente.

Que desliza no interior do teu corpo
Aquecendo a epiderme.
Sacia o desejo nada pouco,
Neste aroma que te embebe.

Não deves? Temes?
Dizem que não faz bem ao coração...
O teu já é tão acelerado, não é?

Desistes! Te rendes!
Enfim...
A mão,
A xícara,
O café!

Viviane Ramos

domingo, 16 de agosto de 2009






Meus Calos

Sem entusiasmo sigo meus dias
Sempre negros e silenciosos...
Só meus gritos quebram o vazio.

Não há alegrias
Nestes dias tortuosos
Onde o verso segue perdido.

Não mais lerão
E não saberão que eu o escrevo
Silenciaram o meu desejo...

De ser poesia, ver a magia
De quem se encontra em mim,
Lendo no verso a alegria
De não estar tão só assim.

Enfim...
Escrevo e calo
Calo e escrevo.
Quantos calos
nos meus dedos.

Viviane Ramos

sábado, 15 de agosto de 2009




Pobre Mulher

Tem que ser dama
Te parecer puritana
e ainda ser boa de cama.

Tem que andar bem vestida, perfumada
Ser digna e recatada
e a puta que te assanha.

Tola, falta mulher
Segues cabisbaixa, encolhida
Porque se ele quer,
não te atreves nem a ser bonita.

Mas a beleza é tua
Adulcorada e bendita
Confronte o espelho de alma nua
e toque na ferida

Há de doer arduamente
mas logo tu verás
Que anestesia é seguir em frente
e tentar uma vez mais.

Burra amedrontada
por que temes o por vir?
Se para ele não és nada,
por que prendes teu tudo aqui?

Subjugada e combalida
Ternamente espancanda
Com palavras agredida
Pela ausência esfaqueada.

Tantos sonhos acedidos
Pagam teu imenso nada.
Tantos fios já caídos
não te servem para a meada.

Vá mulher ainda menina
A poesia te faz flor
Tu és tão jovem ainda
Não desistas de "teu" amor.

Viviane Ramos

.

sábado, 1 de agosto de 2009





Expandidos Desejos

Expandidos desejos
Recriados do beijos
Que nunca te dei.

Concupiscente ensejo
Acarreta o corpo ao leito
Faz do prazer nova lei.

Doce labuta
Que pago em permuta
Valor maior que lhe paguei.

Adentra no que me resta de pura
E ao menos por conjetura
Tua... tua serei.

Viviane Ramos




domingo, 26 de julho de 2009





Dolorido Sabor

Era a vida tão linda
Quando ainda pequenina
Não sentia ardor.

Tinha nos braços a amiga
A boneca desenxabida
A quem ofertava calor.

Nos braços do pai, bem-vinda
Com ternura aquecida
Nisto não cabia pudor.

Outro chegou a sua vida
Cadente emoção sentida
Desbravando novo sabor.

Sabor da boca melada
Da palavra cantada
Na nudez do seu favor.

Lacrimeja a vagina
Da inocente menina
Que conheceu o amor.

Desvirginou-se na matina
Adentrou na rotina
De gargalhar de dor.

Viviane Ramos

terça-feira, 21 de julho de 2009



Doce Opúsculo

Dou-te...
Abre meu doce opúsculo.
Vou-me...
Antes do ensejo deste crepúsculo.

Prova dos meus ardentes verbos
Ateados pela tensa imissão.
Mergulha nos desejos submersos,
Em teus dedos recolha minha oblação.

Travesso menino já de idade
Abcindi o amor do prazer.
Ensina-me o caminho da felicidade
Mesmo que por instantes a anseio ter.

Viviane Ramos

quarta-feira, 15 de julho de 2009




Rosa Ardida

Vês que moça recatada,
Que seduz até calada.
Despudoradamente encantadora,
Bela menina arrebatadora.

Santa pecadora,
Que está sempre a rezar
A poesia promissora,
A qual há de te libertar.

És tantas em uma
E traçando um caminho juntas
Em busca de coisa alguma...
Revelando em uma só face, muitas.

Mulher menina...
Ardente pequenina.
A espera de quem te versará.

Doce felina...
Rosa ardida...
Virgem ainda no seu amar.

Viviane Ramos



quinta-feira, 9 de julho de 2009




Hoje Te Amei e Amanhã?

Fecho os olhos... os sonhos vão...
Quebro os ferrolhos da minha imaginação
E me vou... voando de avião.

Chegando lá, você a esperar...
Olhos, mãos... anseio...
O silêncio revela o desejo
Da boca querendo beijar.

Vamos...
Ao destino certo
Para o desejo desperto
Por fim saciar.

Chegamos...
A porta nos deixa entrar
A cama feita
Anseia-se desarrumar.

Falamos...
O que só as linhas puderam ouvir
As palavras tomam voz
E se fazem sentir.

E sentimos...
Na pele o desejo de antes
Que somente escritos
Já não é o bastante.

E tocamos...
A boca o beijo
O corpo o desejo.

E entregamos...
Todos os versos contidos
Os desejos dispersos,
Agora unidos.


Divago nesta doce loucura
Que me levará ao divã
Nos teus braços nua
Questiono: hoje te amei e amanhã?

Responde o beijo
Eu me calo
Outra vez me perco
E em desejo desabo

E amamos...

Viviane Ramos




Devassa Fantasia

Sou vazio e silêncio
Inerte em meio ao tempo...
Rosa a sucumbir.

Ando sozinha e cansada,
Psicologicamente abalada
Sem motivos para sorrir.

De repente...
Teu vento soprou em mim,
Poesia ardente
Escrita na cor carmim.

E tudo está móvel e intenso,
Suplicante... pecaminoso...
Hum... desejo imenso
De provar teu gosto.

Há de ser bom sentir teu sabor,
Tocar tua emoção
Amar-te com fervor.

Folhas ao ar...
Vendaval de poesias...
Em silêncio saciar
Nossa devassa fantasia.

Viviane Ramos

.

terça-feira, 30 de junho de 2009




Apesar de Você

E daí se já não sou mais perfeita?
Se as curvas não são mais sinuosas,
Se perderam a forma
E já não fazem tua cabeça?

E daí? Se você se esqueceu...
Mesmo assim esta ainda sou eu.
Mesmo que as vezes eu não reconheça meu reflexo,
Não farei disto um complexo.

Ainda posso ser linda de tantas formas...
E assim eu me contento.
E se tu não gostas...
Eu só lamento!

Viviane Ramos

segunda-feira, 29 de junho de 2009



Estulto Desejo

Estulto desejo que me assombra
Ao buscar o beijo que a boca não encontra.
Estúrdio ensejo que desanda
Antes mesmo de alcançar a cama.

Estridente sonho que me bestializa
E que expõe a fúria contida.
Estringe o corpo, desmaterializa...
Semelhante ao louco e sua mais sensata mentira.

Estrilo, mas calo... não anseio dizer,
Em segredo guardo o que só a poesia há de saber.
Estro apenas para meu ledo viver
E nada, além disto, o pode ser.

Viviane Ramos











sábado, 13 de junho de 2009




Libertinagem

Hoje acordei,
Com tanta vontade...
Logo pensei,
Vou fazer traquinagem.

Soltei meus cabelos,
Vesti pouca roupagem.
Acalentei os desejos,
De minha libertinagem.

Ah, eu questionei:
_ Por que não?
Não sou a “Santa da Imagem”.
Então me libertei,
E toquei o mais íntimo da minha paisagem.

Viviane Ramos



Teu Colo

Ah... tenho tanta vontade de te ver,
De estar com você...
De sentar em teu colo.

Sentir o desejo nos aquecer,
A volúpia a nos envolver...
Saltando a teu tenso falo.

Sublime prazer,
Libertino querer...
Que adentra os poros.

Há de ser!
Há de ser...
Um dia vou estar com você!

Vais me amar sem por que,
Te entregares ao prazer,
E tomar-me em teu colo.

Viviane Ramos

segunda-feira, 8 de junho de 2009





Fome De Amor

Rolo na cama,
Não consigo dormir,
Meu corpo declama,
Poesias para ti.

Que falam da fome,
E da sede que causas em mim.
Ouço em sussurro meu nome,
E me encho de um desejo sem fim.

Reviro e me contorço,
Penso em meu amado sem rosto.
Vejo que já perdi a razão...
E a sanidade que me restava,
A que ainda me mantinha curada...
Desta doença... enfim, paixão.


Viviane Ramos

segunda-feira, 1 de junho de 2009




Todas as Noites

Existe algo em teu olhar,
Que não consigo entender...
Às vezes me assusta,
Às vezes me faz querer.

Transpõe os desejos,
Imersos em teus beijos...
Faz-me gemer...
De dor, ou prazer,
No fim tudo é amor...
Pois envolvida em teu calor
A dor se faz prazer.

No teu olhar eu descobri,
O que mais intenso pude sentir.
Toda a razão e o porquê...
De morrer todas as noites em teus braços...
Para de manhã... renascer.

Viviane Ramos
1998

sexta-feira, 29 de maio de 2009




Ânsia

Que sentimento é este,
que minha alma corroí.
Que a minha pouca;
réstia de sanidade destrói.

Então fico assim...
Sofregamente abalada,
E me perco dentro de mim,
Com a dor que mantenho calada.

Estou a enlouquecer,
Em devaneios que desconheço.
Em meio a esta ânsia de você,
Em loucura me perco.

Então me deixo estar louca,
Em busca do teu amor...
Ansiando encontrar tua boca,
Para que cesse toda esta dor.

Viviane Ramos




Sonho no Apogeu

Doce é a inspiração que me toma,
E enche minhas noites de luz.
Minha poesia transborda,
Em oração que seduz.

Não me sinto mais vazia,
Torno a florir...
Sinto latejar a vida,
Volto então a sorrir.

Meu sorriso agora é pleno,
Não disfarço seus defeitos.
Encontro neste amor ameno,
Preenchimento para o peito.

Posso amar-te nua,
Despida de palavras perfeitinhas.
Assim me basta ser tua,
Por entre estas linhas.

Que vão para onde o bem quiserem,
Tantas tolas convenções.
Se ainda hoje me quiseres,
Serei tua em todas as dimensões.

Tão tua... tão meu...
Sem escravizar... sem prender.
Só um sonho no apogeu,
Onde encontro você!

Viviane Ramos

domingo, 24 de maio de 2009






Meu Retrato

Não sou só poesia,
Também sou um conto irreverente.
Quero ferver a vida,
E derramar meu leite quente.

Fervido no fogo à lenha,
Que desdenha...
Da tua modernidade.

E mesmo que não me convenha,
Não me detenha!
Dar-te-ei... minha verdade.

Viviane Ramos


Faz de Mim

Faz de mim...
Tua musa.
Tua poesia oculta,
Tua inspiração enfim.

Faz de mim...
Teu desejo.
A ansiar o beijo,
Da minha boca carmim.

Ah, faz de mim...
O que quiseres...
E o que fizeres,
Causar-me-á prazer sem fim.

Viviane Ramos

segunda-feira, 11 de maio de 2009




Feminilidades

Repousa o corpo cansado,
Sobre a cama fria.
Teu pensamento negro, encalacrado...
Vai-se com a luz do dia.

E te enches de desejo;
De amor pelo que não é teu.
Ansiando o beijo,
Da boca que ainda não conheceu.

A mão cadente...
Desliza toda a linha,
Do corpo envolvente,
De tuas curvas de menina.

Tão menina ainda em pudor,
Eminente em ternura,
Flamejante de amor.

Viviane Ramos


sexta-feira, 1 de maio de 2009







Sussurros ao Ouvido

Estou cansada...
Anseio meus olhos cerrar.
Há uma noite de sonhos...
A me esperar.

Então fecho os olhos,
Adormeço.
Por fim...
Meus pesares esqueço.

E tu vens...
Belo, tímido... perfeito!
O que tens?
O amor... do teu jeito!

Toca-me suavemente,
E beija minha boca.
Sinto-a ardente...
Decorrer-me como louca.

Então beijas...
Cada parte mínima e insinuante.
E saboreias...
O seio latejante.

Aperta-me contra corpo,
Segura minha mão.
Declara-me teu desejo louco.
Aos sussurros de uma canção.

Deita-me na relva...
De nossas poesias.
E toda uma vida de espera,
Cessa no momento deste dia.

E em meu sonho sou livre,
E flutuo a te encontrar...
Neste instante nada existe,
Só a certeza de te amar.

Viviane Ramos




Perfumes e Aromas

Tens o perfume do mar,
Mesclado a jasmim...
Já sentiu um aroma assim?

Tens tristeza no olhar,
Mas algo se alegra em mim...
Quando te vejo rolar...
Em meio a tua cama de capim.

Deita-te na relva sem pudor...
Rola, brinca... me beija...
Dá-me todo teu ardor.

Em meio ao cheiro do mato,
Com o teu misturado...
Fazemos amor.

Viviane Ramos






Aberta, Linda e Mimosa Rosa

Hoje minha alma está completa,
Minha poesia ficou mais prosa.
A canção é mais desperta...
Ao conhecer-te... Rosa.

Dentre todas a mais bela,
Onde a poesia é composta.
Sempre meiga e singela,
Mesmo em meio à densa trova.

És a rosa mais aberta,
Que eu pude contemplar...
A beleza mais completa,
Que eu pude admirar.

Declaro-te com ardor,
O que não posso mais calar...
Tenho sim por ti amor...
Como só “amigos” o sabem amar.

Tê-la amiga enaltece o coração.
Então agradeço-te com singela prosa.
Lacrimeja minha emoção...
De ver-te aberta, linda e mimosa rosa.

Viviane Ramos

quinta-feira, 30 de abril de 2009





Pecado Carmim

Tenho tentado desprender-me das orações,
Das rezas... dos ritos...
Das denominações.
Tento encontrar-me,
Em mim mesma.
Sem querer ser perfeita,
Apenas mulher.
Explorar-me... tocar-me...
Sem achar-me em pecado.
Descobrir no prazer de estar só,
Um desejo sagrado.
Então busco por minhas curvas,
Que antes sinuosas...
Agora... turvas.
Mas ainda me encontro por elas;
E elas se encontrar em mim.
Percorro-as até as canelas...
Que se abrem ao pecado carmim.
A mão bate a porta...
Do céu ou do inferno.
Não estou morta...
Desejo.
Questiono... receio.
Persisto... me beijo.
Deslizo o dedo...
Que busca... anseio...
Então me encontro... e me perco,
Por um instante em mim.
Atendo ao apelo...
Do meu pecado carmim.

Viviane Ramos




Erupção


Toca meu corpo,
Mas não minha alma.
Teu desejo me é pouco,
Não me seduz tua calma.

Anseio quase enlouquecida,
Evair-me em paixão.
Sentir-me embravecida,
Na loucura do tesão.

Quero arder...
Sem temer conveniência.
Deitar e gemer...
Por todas as concupciências.

Não venha controlar-me.
Ah, eu sou um vulcão!
Não podes segurar-me.
Já estou em erupção!

Viviane Ramos

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Irretocável





Tens os pés na senzala,
Vives cheia de complexos,
Por vezes boneca inflável...
Outras... mulher objeto.

Tua beleza já esteve em escalas,
Mas não gostas do teu reflexo.
Tua sanidade sempre instável...
Por vezes o deixa perplexo.

Mas, contudo, tua face é bela,
Mesmo quando em desconexo,
Com a maquiagem irretocável...
E teus anseios em anexo.

Tens ainda a candura singela,
De uma poesia sem nexo.
Tens a pureza incontestável...
Da menina que não se rende ao sexo.

Viviane Ramos
29-03-2009

sexta-feira, 27 de março de 2009


Meu Deus se calou;

Já não fala mais comigo.
Pois meu coração pecou,
E meu Senhor ficou entristecido.

Então procuro...
Minhas próprias respostas,
Tateando no escuro...
Estudando propostas.

Propostas que me vêm como salvação,
Que me parecem a melhor saída.
Mas que em verdade são...
Estratégias contra minha vida.

Mas eu sei...
Não me deixarei ludibriar.
Não me venderei...
Minha alma não se corromperá.

Escaparei por entre os dedos,
Da mão que tenta me segurar...
Usando meus próprios medos,
Para não me ver voar.

Mas voarei...
Mesmo que meu Deus não me dê asas.
Livre serei...
E trilharei minha própria estrada.

Não hão de sufocar,
A poesia que há em mim.
Hei de triunfar...
Lutarei até o fim!


Viviane Ramos
14-03-2009

sábado, 28 de fevereiro de 2009



Pequenina

Varri meu quintal,
Juntei minhas folhas.
Fazia-me mal...
Então fiz escolhas.

Escolhi te perder,
Para depois me encontrar...
Para não mais sofrer...
Decidi não amar.

Então me pus a varrer...
Até minha alma limpar.
Não posso mais conter...
Essa dor que quer gritar.

Tenho ânsia e anseio,
Tenho a canção da poesia
Tenho amor em tresvario...
Tenho ainda uma vida...

Uma história a reescrever,
Um novo ponto de partida.
E quando morta estiver,
Há de dizer minha amiga...

Ela era pequenina,
Mas grande foi sua lida.
Foi menina... foi mulher,
Mas agora é poesia!

07-02-2009

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

POR UM MOMENTO





Jaz minha alma em silêncio...
Mas de repente... Trovões!
Corra lá fora! Escancaro portões!
E a chuva vem...
E lava minha alma.
Nessa hora não sou de ninguém,
E a dor não me abala.
A cada gota... libertação!
Dos tabus, dos vícios, dos medos,
Das cadeias de meu próprio coração!
E então sou livre,
Ao menos por um instante...
E se a liberdade existe,
Para mim ainda não é o bastante.
Quero ter asas...
Para voar até você.
Sentir teu corpo em brasas,
E nele me aquecer...
Ao menos um instante,
Por um breve, pouco tempo...
A mim já seria o bastante,
Amar-te ao menos um momento.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Em Paixão...



Queria eu...
com uma única palavra, então lhe dizer...
Que de todas as coisas superáveis...
Eis você!

Que invade a pouca, réstia de sanidade...
Descomedindo o que antes em razão,
eu tentava manter.

Desferi contra meu peito,
o devaneio alado...
que em meu desinsofrido seio...resguardo.

Deflora a honra...
que pressuposta resvala..

Acarreta-me a tua perdição...
ao desejo que desabalado aguarda...
dissolver-se em paixão!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Você Sempre Viverá...




Não consigo deixar de pensar em ti,
nem por um instante...
não consigo aceitar que te perdi.

Saber-te vivo,
aquecia meu coração...
e mesmo não o tendo,
eras minha paixão.

Minha dor agora adormecida,
já nem grita mais...
guarda o silêncio, entristecida
pelo tempo que ficou lá atrás...

Mas ainda sofro...
com tua ausência tão presente,
e sinto tua presença tão ausente.

Estais morto, sei...
e isso não posso mudar...
mas meu amor ainda vive;
então em mim você sempre viverá.

Viviane Ramos
12-01-09



domingo, 11 de janeiro de 2009

MENINA POESIA


A memina poeta...

jaz dentro de mim.

As vezes grito: Ressussita!

Mas ela não responde.

Tem medo...

Eu tenho medo que me poesia a faça ver...

o que não quero crer...

que a menina morreu.

Quero esquecer ...

que o amor que a faz viver...

há muito se perdeu.

Menina poesia...

onde vai tua alegria.

Vive menina!

Preciso que vivas...

Pra eu própria viver!

Sem você a beleza da vida...

parece não se perceber...

Eis então que grito: Ressussita!

E ela parece gemer...

Diz-me então...quero viver!


19-10-00

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

SÓ O SILÊNCIO



Os dias prosseguem...
Sinto-me triste;
Algo quebrou dentro de mim.
Meus pensamentos se perdem...
Na saudade que persiste,
Causando-me essa dor sem fim.

Meu amado Amigo Distante
Por que calaram tua voz,
Já não ouço teu canto constante...
Nas canções que falavam de nós!

Minha alma se cala,
Sinto-me tão vazia
Nessa dor que resvala...
Minha nova Campânia.

Jaz frio sob a terra,
O amor que antes aquecido...
Por tua espera,
Agora vaga perdido.

Sei que dormes agora,
Meu amado Amigo Distante...
Mas a saudade me consome nesta hora
E não cessa nem por um instante!

Então desepero-me...
Fico o teu nome a gritar...
De repente... Ventos...
Calaram-me!
Ouço... mas é só o silêncio...
A sussurrar.

09-01-2009

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

NOITE LUTO






Noite de luto e tristeza
Não vou descansar...
Enquanto essa dor seca,
Não estancar!

Dor que persiste
Que me faz chorar,
Fica e insiste...
Em me fazer lembrar...

Que te perdi,
Meu amado distante!
E que o amor que senti
Não foi o bastante...
Para mantê-lo aqui!

Foste sim!
Deixou-me!
Não eras meu...
Mas fazias parte de mim.
Dilacerou-me!
De herança... só essa dor
Sem fim!

08-01-09