sábado, 17 de outubro de 2009




”Feminilidade em Verso”

E seu verso ganhou voz
A folha branca ganhou tom rosa
E um desejo quase atroz
De fazer a vida prosa

Sentiu no verso a força de viver
E lançou toda sua poesia no ar
E as folhas navegaram até você
Que hoje compartilha do meu versar

A menina sentiu-se florescer
Em poesia se pôs a transladar
Seus desejos, anseios... apelos
Seu desespero por amar

Amar a si, mais que aos outros
Traçar seu caminho em firmes passos
Livrar-se de todos os seus desgostos
No verso descobrir novo compasso

Então a leda menina poeta
Foi beijada pela “Fada de Luz”
Rasgou a roupa de santa, de certa
E lançou ao que amor lhe conduz

Amor que nada tem haver com beijos
Amor que por si se faz verdade
E ao transladar estes desejos
Descobriu-se nos entremeios de sua Feminilidade

E sepultada a poeta sucumbida
Não houve mais lamentação
E sua voz ecoou em poesia
Dizendo em versos o que a mulher cala no coração!

Viviane Ramos

quinta-feira, 15 de outubro de 2009



A Beleza da Mudança

O tempo já desenha
Em meu rosto sua passagem
Divago na expressão destas linhas
Que formam minha paisagem

Já não tão bela
Mas ainda tão minha
E toda a minha história se revela
Por cada uma destas linhas.

Quem fui deixa sua marca na face
Mas ainda não sei quem sou
Mas sei que não me cabe
Querer retornar ao que passou

Passou... não volta mais
Mas há muito em meu por vir
E mesmo que a velhice me seja algoz
A face enrugada ainda pode sorrir.

Foi-se a firmeza dos seios
Perdeu-se a perfeição das curvas
E acaso não devo ter mais desejos?
Ou devo escondê-los nos vincos de minhas rugas?

Por acaso não serei eu
Quando a face estiver enrugada?
Não serei mais eu
Quando a visão estiver turvada?

Sou infinitamente muito mais
Do que os olhos podem ver
Não sou somente a carne
Que há de apodrecer

Ainda assim...
Sou a essência da luz
Que nunca deixei de ser.


Viviane Ramos
.



quarta-feira, 7 de outubro de 2009






O Horizonte em Minha Janela

Da janela vejo meu horizonte
Meu... e eu nunca o atravessei
Pois antes dele há um monte
O qual nunca escalei.

Eu sei... bem sei
Há tanto depois dele
Mas o medo vem antes (pensei)
E me arrepia a pele

Mas um dia, hei...
De atravessar meu horizonte
Eu sei... eu sei...

Viviane Ramos





domingo, 4 de outubro de 2009




Um Pouco Mais...


Amanhece o dia
Tu olhas o céu e dizes:
Só um pouco mais...

Ficas parada
Esperando que do céu caia
Algo que te traga paz

Mas teu fardo é pesado
Pesado demais.
E tu ainda olhas para o céu e dizes:
Só um pouco mais?


Viviane Ramos
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sábado, 3 de outubro de 2009



Tua Cura

Cuspiu a fúria
Nadou na loucura
Estagnou na procura

Da perfeição em formosura
Detalhando a estatura
E a languidez da brancura

Perdeu a candura
Da negra baixura
Tua possível cura.

Viviane Ramos